segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vende-se um coração. Semi-novo. Com algumas falhas, mas fácil de ser reparado.
Pouco tempo de uso, poucas cicatrizes, quase não são visíveis.
Um coração que trás muitas lembranças e, sinceramente, pouco espaço restante.
Um coração orgulhoso, que já acelerou muitas vezes com alguns abraços, que muitas vezes quis sair daqui de dentro só pra ter mais espaço pra tentar mostrar pro resto do mundo o quanto ele estava feliz.
É um coração que muitas vezes se sente sozinho, que muitas vezes sente falta de sentir o pulsar de um outro coração colado à ele.
Mas um coração que já está conformado com as coisas mais simples. Um coração que agora, só precisa de uma amizade para poder ficar em paz.
O mesmo coração que implorou por um outro amor, pelo mesmo amor, por qualquer amor.
Hoje, só um coração que quer adrenalina, que quer se contentar apenas com alguma coisa que faça mais sentido que o amor.
O preço? Bom, pensando bem, não tem como estimar um preço para este coração.
Talvez não seja uma boa ideia vendê-lo.
Provavelmente o comprador iria querer devolvê-lo. Trocá-lo. Talvez o comprador não conseguisse ignorar as cicatrizes que ele apresenta.
E eu não conseguiria mesmo estipular um preço. Pelas lembranças e pelo o que tem dentro dele, pelas vezes que ele ainda aceleraria, o preço deveria ser alto, mas pelos peças que ele pode te pregar, pelas vezes em que ele poderia fazer você derrubar lágrimas, ele não valeria nada.
Não, acho que não preciso me desfazer dele.

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