quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Capítulo 8

As duas foram jantar ao lado da mãe de Jaque.
A conversa fluiu enquanto comiam e os repórteres falavam sozinhos na televisão.
Jaque agora se sentia como uma criança que ganhou a primeira bicicleta, seus olhos brilhavam pelo novo presente, mas ao mesmo tempo sentia uma certa insegurança, por mais que quisesse aprender a andar logo, tinha medo de cair e se machucar.
Terminaram, a mãe foi dormir, Jaque e Fer lavaram a louça e foram para o quarto.
-E ai, vai me contar quem era no celular?
-Tem certeza de que quer falar sobre isso?
-Se você não se sentir bem com isso, tudo bem, não precisa falar. -claro que ela queria muito saber quem era.
-Ah, era o meu ex. Ele tá correndo atrás de mim agora, como se tivesse se importado comigo quando estávamos juntos.
-Agora você tem a mim, e pode ter certeza que de todas as minhas preocupações, você está no topo da lista.
Elas sorriram, claro que Jaque não estava muito feliz com aquilo, queria ser a única lembrança, a única razão, a única preocupação de Fer, mas estava claro que não era, pelo menos não por enquanto.
Fer esquecia o mundo quando estava ao lado de Jaque, não entendia muito bem, mas ela tinha o poder de anestesiá-la, perto dela, tudo era lindo e tinha uma solução, as coisas faziam sentido.
Justamente por isso tinha desligado o celular naquela hora, não queria que ele estragasse o momento mais perfeito, talvez fosse a palavra certa para descrever aquela noite, mesmo que acreditasse que nenhuma palavra pudesse expressar exatamente o que estava sentindo.
Seu ex nunca a tratou como ela merecia, não a fazia se sentir especial, mesmo se ele tentasse, coisa que acontecia muito pouco, diria até que quase nunca, durante todos os anos que se conheciam, a bajulava apenas quando não estavam juntos, quando isso acontecia, ela até sabia se passar por um cavalheiro. Era o contrário de Jaque.
Só de existir, só de tentar disfarçar o olhar do outro lado da rua Jaque já dava sentido à vida, já a fazia se sentir especial. Naquela noite, se sentia a garota mais feliz do mundo, a mais forte e nada nem ninguém poderia tirar essa sensação dela naquele momento.
As duas se deitaram, seus corpos estavam envoltos de carinho e amor. As mãos passeavam carinhosamente entre os rostos, seus olhares suplicavam por mais, elas se abraçaram, de conchinha.
Sorriam, sonhavam, aquela noite seria lembrada para o resto de suas vidas.

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