quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Eu acredito nas palavras ditas à mim, quando são direcionadas diretamente aos meus ouvidos, quando eu sinto um olhar verdadeiro, quando eu vejo sentimento.
Eu acredito que ainda há saída, que eu ainda vou poder me entregar inteira e verdadeiramente à alguém que me diga as coisas que eu preciso ouvir.
E eu ainda sei que mesmo que eu diga que essa pessoa não está ao meu lado, ou que essa pessoa não existe ou ainda que ela não se importa, eu sei que eu posso olhar pra trás que na minha história eu tenho pilastras o suficiente para me manter forte.
Essa pessoa existe, essa pessoa pode ser várias pessoas, essa pessoa pode ser um objeto, independente do que seja, de quem seja.
E eu vou acreditar que enquanto eu respirar por alguém, alguém respirará por mim também.
Eu vou acreditar nas cartas à mão, nos versos simples, nas rosas, nos corações, nas declarações, nas acelerações cardíacas, nos suspiros, eu vou acreditar no romantismo.
Eu vou acreditar no amor.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

E quando eu penso em todas as vezes que afirmei que eu não choro por quase nada, vejo que não é sempre assim.
Teve épocas em que realmente não derrubava uma lágrima sequer. Tempos em que sensibilidade não fazia parte do meu dicionário.
Mudei, como tudo que têm um ciclo aqui nesse mundo. Abri meu coração para uma pessoa, me permiti a paixão, o desejo, todas aquelas sensações novas para mim. E senti, vivi intensamente todos, absolutamente todos os momentos em que ingênua, acreditei que iriam perdurar para sempre. Não que eles tenham se apagado, mas não foram o suficiente para me fazer sorrir por todos os dias da minha vida.
Até que ela derrubou meu coração no chão e indiferente, o fez sangrar.
Tranquei meu coração em uma caixa. Não o permiti mais sentir, fragilizado ele obedeceu.
Permaneci fria por muito tempo, ainda derrubava lágrimas, toda vez que aquela que o fez sangrar sem ao menos oferecer ajuda vinha confundir meus sentimentos que por mais trancados que estivessem, não desapareceram.
Decidi então jogar a chave fora, cansada de sofrer decidi que era hora de parar de sentir mais uma vez.
Pouco tempo passou até que outra pessoa apareceu.
Veio do nada, foi conquistando pouco a pouco a minha confiança, o meu sorriso e até me atrevo a dizer que conquistou minha dor também. Me entendia, me compreendia, sabia exatamente o que eu sentia, o que eu queria.
Ela conseguiu tirar o meu coração daquela caixa sem que eu percebesse.
O tratou bem, tão bem que o fez dependente de seu carinho.
Tão dependente que quando saiu de perto, o fez sangrar mais uma vez.
Hoje me vi sozinha e frágil, chorando ao ver um filme.
Não foi pelo filme em si, mas entendi o sentimento do filme, o que me fez ter certeza de que por mais que ele tenha sangrado, de que ela esteja longe, que eu tenha que me conformar de que não há nada que eu possa fazer, não quero mais trancar meu coração, quero continuar sentindo, quero continuar sofrendo. Porque enquanto eu puder chorar por alguém, eu posso ter certeza de que ainda estou viva.