quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sinto dor.
E pior que sentir essa dor, sinto que ela não é compreendida por mais ninguém no mundo, talvez nem por mim mesma.
E tamanha é a minha dor, que acho que eu não consigo nem explicá-la.
Talvez a visão embaçada por lágrimas que escorrem de meus olhos e percorrem meu rosto até cair quase em cima do teclado, do qual não consigo tirar as mãos de cima tenham um pouco a dizer sobre ela.
A minha voz trêmula pela insegurança que ela me passa toda vez que fala daquele jeito comigo, me julgando, me transformando a culpada de todas as coisas erradas que acontecem no mundo dela, que convenhamos, é um mundo só dela no qual eu já não me encaixo mais e ela já percebeu antes que eu, o nó que se forma na minha garganta toda vez que toca alguma música que me lembre daqueles sentimentos e todos os minutos que desperdicei em silêncio observando-a, sonhando com o nosso futuro saibam como explicar a minha dor.
A minha dor não tem forma, a minha dor é igual ao amor, não se pode ver, não se pode tocar, mas dá pra sentir, e toda vez que a sinto no ápice da sua força, tenho vontade de morrer.
Tenho raiva de meu corpo, que incapaz de transformar essa agonia em um repleto silêncio letal continua sofrendo a cada ligação.
Tenho raiva de meu coração, que idiota continua amando.
Tenho raiva da minha razão, que contraria meu coração e cada vez mais me dá certeza de que isso tudo está errado e de que eu estou cometendo o maior erro da minha vida.
Tenho raiva da minha doença, que me impossibilita até de fazer as coisas que ilusoriamente pareciam amenizar a dor. Incapaz de tragar qualquer fumaça, o vazio daqui de dentro continua. Tenho raiva de meu organismo, que por tentar me livrar da enfermidade ficou fraco a ponto de passar mal com uma lata de cerveja, hey organismo, eu não pedi para estar bem.
Espera ai, a minha dor é igual ao amor ou minha dor vem do amor?
Eu não sei o que é amor, o meu amor é uma coisa doentia, mas eu acho que mais ninguém no mundo sente isso por mim também.
Paixão, de tantas as vezes que eu escrevi sobre ela, 90% me referia à mesma paixão, a minha paixão maior, a única por quem eu mataria, a única que me mata não acreditando, a única que me mata.

A minha dor não vai passar, mas estou indo tentar aliviá-la.

Glicose

Gostaria de registrar aqui, para fins indefinidos, a minha aversão à essa substância maldita.

ficaadica

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vende-se um coração. Semi-novo. Com algumas falhas, mas fácil de ser reparado.
Pouco tempo de uso, poucas cicatrizes, quase não são visíveis.
Um coração que trás muitas lembranças e, sinceramente, pouco espaço restante.
Um coração orgulhoso, que já acelerou muitas vezes com alguns abraços, que muitas vezes quis sair daqui de dentro só pra ter mais espaço pra tentar mostrar pro resto do mundo o quanto ele estava feliz.
É um coração que muitas vezes se sente sozinho, que muitas vezes sente falta de sentir o pulsar de um outro coração colado à ele.
Mas um coração que já está conformado com as coisas mais simples. Um coração que agora, só precisa de uma amizade para poder ficar em paz.
O mesmo coração que implorou por um outro amor, pelo mesmo amor, por qualquer amor.
Hoje, só um coração que quer adrenalina, que quer se contentar apenas com alguma coisa que faça mais sentido que o amor.
O preço? Bom, pensando bem, não tem como estimar um preço para este coração.
Talvez não seja uma boa ideia vendê-lo.
Provavelmente o comprador iria querer devolvê-lo. Trocá-lo. Talvez o comprador não conseguisse ignorar as cicatrizes que ele apresenta.
E eu não conseguiria mesmo estipular um preço. Pelas lembranças e pelo o que tem dentro dele, pelas vezes que ele ainda aceleraria, o preço deveria ser alto, mas pelos peças que ele pode te pregar, pelas vezes em que ele poderia fazer você derrubar lágrimas, ele não valeria nada.
Não, acho que não preciso me desfazer dele.

domingo, 25 de julho de 2010

Me sinto um artista fracassado, à frente de um palco com uma platéia vazia.
Abrindo os braços, agradecendo o carinho de meu público que não existe.
Sussurrando palavras em latim, que às vezes me esqueço o que significam.
No fim do drama do meu show, me vejo sozinho com a taça na mão, esperando pelos aplausos, só ouço o som da pólvora estourando, silêncio.

sábado, 17 de julho de 2010

Solidão

Eu acho que todo ser humano que tem algum tipo de sentimento já se sentiu completamente sozinho alguma vez na vida.
E hoje eu descobri que pior que se sentir completamente sozinho, é deixar que alguém que você ama se sinta completamente sozinha.
Eu fico confusa quando tenho que escolher o pior sentimento do mundo, assim como o melhor, mas estamos falando hoje sobre sentimentos "ruins".
Porque eu odeio sentir saudades, mas eu também acho que a saudade tem um lado positivo. Como eu sempre disse, a saudade vai fazer com que tu saiba o que realmente tu sente por aquela pessoa, e se você realmente tiver apego à ela, quando você for matar essa saudade, não terá sensação melhor.
A solidão, eu quando me sinto sozinha penso em muita besteira, imagino coisas que não são de modo nenhum legais para mim, é algo que definitivamente me deixa para baixo, mas por outro lado, é um tempo que eu tenho pra mim, para fazer coisas inúteis, como jogar video game ou assistir um seriado, além de relembrar momentos bons (e ruins) e me fazer pensar neles e em porques.
Culpa, acho que é o sentimento que em mim causa mais desespero, quando se pensa "caralho, verdade, foi culpa minha" e não se tem nada para fazer.
Medo, porque dependendo do que tu tem medo, pode ser o que causa outros sentimentos fodas, angústia principalmente. Às vezes é pior do que o que tu tem medo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Noites de Tempestades

Pensando bem eu não sou nem metade corajosa do que eu pareço ser.
Eu tenho medo de muitas coisas, tenho medo de ficar sozinha, de não ter ninguém com quem contar, tenho medo de sentimentos e hoje, com os raios e gotas violentas de chuva que estão caindo lá fora, me lembrei do quanto eu tenho medo de noites de tempestade.
Na verdade não sei exatamente se é um medo, parece ser alguma coisa mais psicológica, mais traumática, eu me lembro de uma forma estranha, somente de detalhes que não fazem sentido de noites em que cruzei estradas dentro de um carro. Mãos no vidro, desenhos feitos no vidro embaçado, angústia, talvez caiba melhor nessa definição do que medo.
Meu coração está disparado, eu não sei porque, não sei se tem alguma coisa a ver com o problema de saúde que eu estou enfrentando, mas sinto como o dia em que ansiei para que ela atendesse o telefone, e foi só ela atender pra esse nó sumir.
Agora não, a chuva está mais calma, mas eu não.
Talvez eu ainda esteja esperando aquele telefonema, aquelas palavras.

Nesta noite eu estou me sentindo mais sozinha do que eu já me senti em toda a minha vida, meus olhos estão cheios de lágrimas e eu não tenho ninguém, absolutamente ninguém pra segurar a mão, para dar um abraço.
Olho para o lado, para o celular, para o msn, nada.
Vazio total, nenhuma mensagem, nenhuma chamada.

Eu queria passar um tempo sozinha, mas completamente sozinha, sem ter que lembrar de que eu não posso ter as coisas e as pessoas que eu quero por um erro meu, talvez.

Era disso que eu tinha medo, de me sentir sozinha mais uma vez, e desta vez, em perigo.

"Lágrimas e chuva molham o vidro da janela
Mas ninguém me vê"

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Greve de novo...

Porque eu sou fraca (Y)